Brasil

A excelência na matemática que vem do Brasil

NYT matemática referencia Brasil

Terça - 09/09/2014 às 14:09



Até poucas semanas atrás, poucos brasileiros sequer tinham ouvido falar do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, muito menos acompanhavam os conceitos abstratos ali estudados.

Escondido em uma estrada que corta os morros arborizados acima do Jardim Botânico, o prédio é cercado de árvores adornadas com orquídeas onde macacos-prego saltam entre os galhos. Os acadêmicos murmuram não somente em português, mas também em russo, francês e persa. Os seguranças olham surpresos para os visitantes que conseguem encontrar o campus.

Um dos pesquisadores do instituto, Artur Ávila, de 35 anos, que se veste como surfista das praias cariocas, ganhou visibilidade nacional em agosto ao vencer a Medalha Fields, frequentemente considerada o equivalente ao Prêmio Nobel da Matemática.

Embora Ávila esteja ganhando fama pessoal como prodígio da matemática e como o primeiro brasileiro a conquistar o prêmio, muitos aqui também começam a notar o instituto, dando-lhe maior reconhecimento como uma joia oculta que floresceu em um país em desenvolvimento com escassez de instituições educacionais de reconhecimento mundial.

"O lugar parece um castelo na selva, e é extraordinário que tenha conseguido se livrar das restrições governamentais", declarou Stephen Smale, de 84 anos, professor emérito da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que passou uma temporada no instituto em 1960 fazendo pesquisas no Rio que conduziram à sua própria Medalha Fields em 1966.

Em um reflexo dos laços que o instituto forjou com grandes universidades ao redor do mundo, Smale observou que entre seus alunos de doutorado na Berkeley estiveram Jacob Palis, ex-diretor do instituto, e César Camacho, seu atual diretor.

O prédio, construído no final dos anos 70 e no início dos anos 80 com grande quantidade de concreto armado, lembrando os estilos arquitetônicos melancólicos predominantes durante a ditatura militar no Brasil, tem uma vibração que é ao mesmo tempo descontraída e intensa.

Os alunos que vêm estudar aqui, alguns dos quais caminham pelos corredores de bermudas e de chinelos, transpiram o estilo nerd como o dos programadores da "Silicon Valley" ("Vale do Silício"), a série humorística do canal HBO. Boa parte do instituto, conhecido como IMPA, é misteriosamente silenciosa, enquanto os acadêmicos no seu interior exploram as fronteiras da matemática e do puro raciocínio, frequentemente, sem se concentrar em como o conhecimento pode ser aplicado no mundo real.

Fonte: msn

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: