Educação

Adiada reconstituição da morte de prefeito do interior do Maranhão

Piauí Hoje

Quinta, 17/04/2008 às 03:04



SÃO LUÍS - Foi adiada para o fim deste mês a reconstituição do assassinato do prefeito de Presidente Vargas, Raimundo Bartolomeu, o Bertim.A reconstituição deveria ser realizada hoje, no fim da tarde, na BR-222, próximo a Itapecuru-Mirim, mas, por conta da não intimação do secretário Pedro Pote, a principal testemunha do caso, o procedimento não pôde ser realizado.O crime aconteceu dia 6 de março do ano passado e o inquérito tramita na Justiça de Itapecuru-Mirim, sob a responsabilidade da juíza Maria José França. A reconstituição foi solicitada pela defesa dos três policiais militares que permanecem presos, acusados da autoria do crime.A defesa do soldado Raimundo Nonato Salgado e dos sargentos José Evangelista Duarte e Benedito Manoel Serrão Martins entende que o procedimento deveria ter sido realizado ainda na fase do inquérito policial. A intenção dos advogados é que a reconstituição possa dirimir dúvidas que ainda constariam no processo, sobretudo devido às muitas versões apresentadas pelo sobrevivente do atentado, Pedro Pote.Foi o secretário quem disse ter reconhecido, apesar da escuridão no local, os três militares que apontou como autores do assassinato de Bertin e sua tentativa de homicídio. Em sua primeira declaração à polícia, segundo os advogados, quando ainda estava internado no hospital Ibirapuera, Pedro Pote alegou que não vira nada, mas logo que deixou o hospital sua memória pareceu melhorar e resolveu, então, dar mais informações à polícia.Ele atribuiu a Evangelista a morte de Bertin e, inicialmente, a Salgado, a tentativa de homicídio que sofreu. Mais tarde, em nova declaração, alegou que Serrão também participou da tentativa de homicídio e que haveria um quarto homem, que conduzia o carro dos militares. Este ele não conseguiu identificar.Os militares apontaram álibis que não foram aceitos pela polícia e nunca confessaram envolvimento no crime. Ao contrário, ainda hoje negam qualquer participação no caso.Assim como os militares, também negam participação na trama que culminou com a morte de Bertin os seis homens acusados de serem os mandantes do crime, o empresário Roberto Gonçalves Coqueiro, irmão do então vice-prefeito e hoje prefeito de Presidente Vargas, Gonzaga Júnior; o coronel Roberto Uchoa Lima; o ex-prefeito de Presidente Vargas, Sebastião Figueiredo, e seu irmão, José Augusto Figueiredo Mendes; além dos vereadores do município Ilson de Jesus Mendes, o Ilson de Bida, presidente da Câmara, e Antônio Uchoa Filho, o Toni.A reconstituição está marcada para as 17h, mas deve acontecer somente no período da noite, período em que o crime foi cometido, justamente para que a pouca iluminação no local possa demonstrar se haveria condições de identificar pessoas no momento do crime, um dos pontos questionados pelos advogados dos militares.O prefeito foi executado com um tiro na cabeça, quando viajava de São Luís para Presidente Vargas. A emboscada aconteceu em Itapecuru-Mirim, na BR-222. O secretário de Esportes do município, Pedro Albuquerque, o Pedro Pote, que viajava na caminhonete de Bertin, foi ferido com golpes de faça, mas sobreviveu.Conforme a apuração da polícia, que foi acolhida pelo Ministério Público, o soldado Raimundo Nonato Gomes Salgado e os sargentos José Evangelista Duarte Santos e Benedito Manoel Serrão Martins, em companhia de uma quarta pessoa, ainda não identificada, "trancaram" a caminhonete conduzida por Bertin, obrigando-o a parar.Evangelista, segundo o inquérito, teria efetuado um disparo na lateral esquerda da cabeça do prefeito e entrado no carro em seguida, ao seu lado, enquanto Serrão e Salgado entraram pela outra porta, tentando render Pedro Pote.A caminhonete foi levada ao acostamento e Pedro Pote, após intensa luta corporal, acabou sendo ferido com golpes de faca no abdômen e na cabeça. Em seguida, os acusados, que usavam luvas cirúrgicas, deixaram o local.Ao longo das investigações, a polícia identificou o que seria um consórcio formado para planejar a morte do prefeito Bertin. Foram acusados de serem os mandantes o empresário Roberto Coqueiro, que é irmão do então vice-prefeito de Presidente Vargas, Gonzaga Júnior; o coronel da Polícia Militar Roberto Uchoa Lima; os vereadores Antônio Uchoa Frazão Filho, o Toni, e Ilson Mendes, o Ilson de Bida; o ex-prefeito do município, Sebastião Figueiredo, e seu irmão, José Augusto Figueiredo.O motivo que teria feito com que estas pessoas se unissem para combinar e pagar a morte de Bertin, conforme a polícia, seria ganância. Todos queriam, ainda, segundo a investigação, comandar a Prefeitura de Presidente Vargas, que seria uma verdadeira "mina de ouro". O processo foi separado: um com os executores, que estão presos e cuja instrução já está em fase de conclusão, e outro sobre os possíveis mandantes, que estão em liberdade, e a instrução, mais atrasada.

Fonte: Imirante

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