Economia

Artesãs do Poti Velho criam coleção de biojoias com identidade cultural

Trabalho é resultado de um projeto de consultorias desenvolvido pela Prefeitura de Teresina

Sexta - 21/10/2016 às 19:10



Foto: ASCOM Criação de biojoia
Criação de biojoia

Com habilidade e talento, as ceramistas da Cooperativa de Artesanato do Poti Velho (Cooperart) não transformam o barro apenas em peças utilitárias e decorativas, trabalho que resulta em uma das nossas maiores expressões culturais. O potencial criativo dessas mulheres também vem sendo direcionado para a produção de biojoias, adereços feitos a partir do uso de materiais vindos da natureza, como argila e fibras. O incentivo para que elas invistam nesse tipo de produção tem sido realizado através de um projeto de consultorias desenvolvido pela Prefeitura de Teresina, que auxiliou na criação de uma coleção de jóias naturais com identidade cultural.

Quinze artesãs participaram dessa consultoria no Polo Cerâmico, que resultou na coleção “Refrescância”, marcada por cores vibrantes e por ícones que fazem referência a elementos da nossa terra, como o caju. O consultor foi o piauiense Otávio Meneses, profissional gabaritado da área de moda e estilismo, que conta com trabalhos reconhecidos internacionalmente, sendo um dos estilistas que contribui para a inserção do artesanato na moda.

A artesã Raimunda Teixeira, conhecida como Raimundinha do Poti, foi uma participantes e considera que um dos grandes diferenciais foi trabalhar na criação de peças com identidade cultural.

“Gostei de cara do projeto. Logo que soube que iríamos trabalhar com uma coleção com um tema tão forte, com identidade cultural, me empolguei. Nós precisamos disso, do original, do regional. Isso dá um gás, ainda mais porque peças artesanais com uma história por trás têm um grande potencial de vendas”, destaca Raimundinha, que começou a trabalhar carregando tijolos e se tornou uma artesã de sucesso, com peças espalhadas por vários países.

A ceramista Sônia Nascimento também participou do projeto e afirma que as artesãs estão empolgadas e pretendem continuar aprimorando a produção de biojoias. “A gente já trabalhava com as biojoias, mas com peças mais simples, mais naturais, com tons crus, e essa consultoria veio para mostrar que temos potencial para trabalhar com peças com identidade cultural, que sejam bem coloridas, mas harmônicas. Isso com certeza deve trazer um retorno pra gente. Vamos colocar pondo em prática tudo que aprendemos”, conta.

Paralelo à consultoria de biojoias, as artesãs da Cooperart também receberam uma consultoria direcionada para criação de embalagens sustentáveis, ministrada pela design Polyana Molina. A profissional auxiliou na criação de embalagens com reaproveitamento de materiais como caixas de papelão.

“Ela trouxe ideias que podem ser aplicadas dentro das nossas possibilidades, de forma simples, com custo baixo, mas com muito criatividade, e, além disso, feito com materiais adequados para o tipo de peças que nós trabalhamos aqui”, disse a artesã Antônia Lisboa.

Outros grupos de produção estão sendo incentivados

O projeto, realizado em parceria com o Instituto Samara Sena, é coordenado através da Secretaria Municipal de Economia Solidária (Semest), que tem o papel de apoiar os pequenos produtores de Teresina nos aspectos da produção, comercialização e microcrédito.

No total, 12 núcleos de produção artesanal devem ser contemplados, sendo que em cinco destes já estão sendo realizadas essas consultorias, a exemplo da Associação Bioart, Central de Compras de Bordadeiras de Teresina, Associação dos Tecelões do Dirceu I e Centro de Produção do Dirceu I.

Para a assessora especial da Semest, Suely Ferreira, que acompanha a execução do projeto, o mercado é exigente e competitivo, por isso é necessário buscar estratégias para manter os nossos artesãos sempre inseridos nesse mercado. “O mercado está sempre exigindo coisas novas, de qualidade, então o papel da Prefeitura de Teresina é de justamente está apoiando nossos artesãos nesse sentido”, frisa.

Segundo o gestor da Semest, Olavo Braz, o aprimoramento e criação de novos produtos é uma das estratégias para superar algumas dificuldades vividas pelos grupos. “O aspecto da produção é uma das dificuldades enfrentadas pelos grupos, então é preciso não apenas melhorar o que eles já fazem, mas também desenvolver novos produtos que tenham a capacidade de serem bem aceitos no mercado, para isso selecionamos profissionais renomados. Os artesãos possuem uma grande riqueza cultural e com os estímulos certos e planejamento adequado é possível transformar e fortalecer o trabalho deles, dando mais sustentabilidade econômica.”, explica o secretário.  

Fonte: Portal PMT

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