Um cobrador, que preferiu não se identificar, trabalha há 15 anos em Teresina e conta que nos últimos meses o perigo aumentou. “Nós somos os vagabundos e eles os cidadãos. Eles entram nos ônibus e abordam todo mundo com arma na cabeça e pega todos os pertences dos presentes no coletivo. É uma ação rápida na maioria das vezes”, relatou.
Motoristas e cobradores já chegaram a conclusão que a grande maioria dos assaltos é realizado na Zona Sul da capital. No bairro Santa Fé, os comércios que ficam próximos as paradas de ônibus estão cercados de grades de ferro. O comerciante Manoel Campelo, que tem o seu estabelecimento próximo de uma das paradas mais perigosas do bairro, afirmou que já salvou muitas pessoas de assaltos.
“Muitas vezes eu coloco o povo para dentro do comércio e na hora que o ônibus passa ele corre, entra no ônibus e vai embora”, explicou.
Na padaria do comerciante Ivanildo Mendes a placa na fachada não é de promoção, mas sim um pedido de trégua para os assaltantes, pois o local já foi assaltado 5 vezes somente este ano. “Um colega meu, que já nem trabalha mais, está traumatizado, pois assaltaram o dinheiro da empresa dele. Ele está de licença e tomando remédio controlado, com medo da situação de insegurança”, falou.
A dona de casa Lenice Oliveira abriu mão da vaidade e não anda mais de bolsa como toda mulher gosta. A sacola simples de papel foi a alternativa que encontrou para tentar prevenir mais um assalto.
“Um das vezes o assaltante colocou a faca no meu pescoço e mandou eu passar tudo, ainda bateu na pessoa que estava comigo e também mandou passar tudo se não ele iria me matar”, contou.
Fonte: globo.com