Brasil

Maior jazida de sal-gema na América Latina fica no Brasil e nunca foi explorada

Quilombo teme a exploração da área e relata solidariedade com os afetados pelo caso Braskem

Da Redação

Quinta - 04/01/2024 às 11:37



Foto: Agência Câmara de Notícias Maior jazida de sal da América Latina fica no estado do Espírito Santo, no Brasil
Maior jazida de sal da América Latina fica no estado do Espírito Santo, no Brasil

A maior jazida de sal-gema na América Latina fica localizada no norte do Estado do Espírito Santo, no Brasil. Ela foi descoberta pela Petrobras na década de 1970 durante perfurações em busca de petróleo. A jazida foi leiloada, mas nunca foi explorada. 

Segundo a Assembleia Legislativa do Espírito Santo, a descoberta ocorreu nos arredores de Conceição da Barra, revelando uma grande quantidade de sais, incluindo o sal-gema.

Desde sua descoberta, quilombos e ativistas vêm alertando os órgãos públicos do Estado sobre os impactos no meio ambiente da extração desse minério.

Em entrevista ao site Terra, o líder quilombola Domingos Firmiano, conhecido como Chapoca, relatou que, desde a descoberta do sal-gema na região perto dos quilombos, a comunidade vem se mobilizando para  impedir a extração.  

“A gente começou a realizar reuniões para discutir os impactos da extração de sal-gema nas proximidades das comunidades quilombolas com as 32 comunidades da região norte do Estado”, explicou. 

Uma preocupação das lideranças quilombolas são as falas do atual secretário de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, que é tido como um dos defensores da exploração de sal-gema no Espírito Santo.

“A gente vem batalhando contra a 'PL da Destruição' de Rigoni, como tem sido chamado o PLC 56/23. Não vamos deixar essa pauta avançar e atingir as nossas comunidades quilombolas. Não queremos que aconteça o que aconteceu com os nossos irmãos de Maceió, atingidos pela exploração da Braskem”, afirmou Chapoca.

Izabella Cardoso, uma das coordenadoras do Movimento Negro Unificado no Espírito Santo, relatou a preocupação do grupo com as pessoas que moram na região. 

 “Além dos impactos ambientais inerentes a essa exploração, nossa preocupação é primordialmente com a vida das pessoas que habitam aquela região, em sua maioria negras e já vulnerabilizadas por questões étnicas e esquecidas pelo poder estatal, tanto por serem negras quanto por serem quilombolas”, explicou ao Terra.

Fonte: Luiz Nascimento / Terra

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