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Diplomatas fantasmas serão investigados

A Controladoria-Geral da União (CGU) cobra hoje do Ministério das Relações Exteriores (MRE) informa

Sexta - 19/04/2013 às 14:04



Foto: Arquivo A Controladoria-Geral da União (CGU)
A Controladoria-Geral da União (CGU)
A Controladoria-Geral da União (CGU) cobra hoje do Ministério das Relações Exteriores (MRE) informações detalhadas de todos os 17 casos de diplomatas do Itamaraty que ganham salário médio de R$ 20 mil, mas não dão expediente. A denúncia foi publicada na edição de ontem do Correio. O órgão explicou que a Corregedoria-Geral da União vai acompanhar e averiguar tudo o que o departamento próprio de correição do Itamaraty já fez ou fará em relação aos três embaixadores, cinco ministros de segunda classe, oito conselheiros e uma primeira-secretária.

A lista dos diplomatas que recebem salários sem estarem lotados aumentou. Ontem, passou para 18 nomes. A embaixadora Claudia D’Angelo, que estava cedida até 2011 ao Ministério da Justiça, deveria ter voltado ao trabalho em 10 de novembro do ano passado. Ao retornar ao Itamaraty, após gozar de licença prêmio, ela pediu novo afastamento legal por 58 dias para acompanhar um familiar que se encontra com problemas de saúde. O pedido é acobertado pelo artigo 83 da Lei n° 8.112/90. O problema é que a licença venceu em novembro e, até agora, não foi renovada. Mesmo assim, Claudia D’Angelo continua recebendo salário bruto de R$ 21.557 sem trabalhar.

Na quarta-feira, o embaixador José Borges Santos, diretor do Departamento do Serviço Exterior, e o chefe da Divisão do Pessoal, o conselheiro Adriano Pucci, alegaram que o caso de Claudia D’Angelo estava sendo resolvido, e reconheceram que a licença precisaria ser renovada.

Críticas no Congresso
A notícia de que diplomatas recebem dinheiro público sem trabalhar provocou reações na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. O presidente do colegiado, Nelson Pellegrino (PT-BA), vai cobrar esclarecimentos formais ao Itamaraty sobre o episódio revelado ontem pelo Correio. Parlamentares da oposição criticaram a gestão atual, que teria dado brecha para a prática, embora alguns casos se arrastem há anos.

Apesar de ser da base governista, Pellegrino ressaltou que o caso deve ser analisado a fundo. “Vejo essa notícia com preocupação. Mesmo que alguns processos estejam parados no Senado, os outros exemplos precisam ser explicados”, afirmou, referindo-se ao caso de dois embaixadores que aguardam sabatina para serem lotados no exterior. “Tudo bem que são apenas 17 servidores entre milhares, mas ainda assim é o dinheiro do contribuinte sendo gasto”, completou o petista.

Fonte: Correio Braziliense

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