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Dois piauienses morrem em desabamento de obra em SP

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Terça - 20/05/2014 às 17:05



Os serventes de pedreiro, Manoel Willes Bernardo da Silva, de 34 anos, natural de Landri Sales (PI), e Francisco Célio Pereira da Silva, de 22 anos, natural de Teresina (PI) morreram no desabamento de uma estrutura de concreto de 125 metros quadrados, nas obras do Shopping Iguatemi, em Campinas-SP. A tragédia aconteceu na noite de segunda-feira(19), por volta das 19 horas. A peça caiu de uma altura de seis metros sobre as vítimas, que foram soterradas.

Segundo o tenente Éder Mortatti do Corpo de Bombeiros da cidade, as buscas pelos operários desaparecidos se estenderam até as 22h25, quando os corpos foram encontrados. Os policiais militares que relataram o caso ao delegado Thiago Reis disseram que o arquiteto responsável pela obra informou que os eles faziam a limpeza dos resíduos do preenchimento da laje, quando a estrutura se rompeu.

De acordo com o oficial, foram utilizadas retroescavadeiras, que removeram a parte mais pesada da estrutura para facilitar o acesso ao local onde eles trabalhavam no momento da queda. Não houve outras vítimas.

Os corpos estavam no Instituto Médico Legal (IML) de Campinas desta terça-feira, aguardando liberação.

Inquérito

A Polícia Civil abriu inquérito por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, além de acidente de trabalho e desabamento sobre a morte de dois operários no canteiro de obras da ampliação do shopping Iguatemi, em Campinas (SP). O delegado titular do 4º Distrito Policial (DP), Mauricio Lucenti Geremonte, também solicitou agendamento dos depoimentos de testemunhas.



A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-SP) informou, em nota enviada nesta terça-feira (20), que a diretoria da Polícia Científica fez uma perícia preliminar no local e interditou os trabalhos.

Os operários do primeiro turno da ampliação do shopping foram dispensados do trabalho na manhã desta terça-feira. A continuidade da perícia da Polícia Civil, segundo a SSP-SP, está prevista para ser realizada pelo Núcleo de Engenharia de Campinas nesta quarta-feira (21).

Fiscais do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), vinculado à Prefeitura de Campinas, estiveram no local nesta terça-feira para investigar o ocorrido. Um procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) também foi ao local nesta manhã. Já o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) deve vistoriar o local durante a tarde, segundo o gerente regional do MTE, Sebastião Jesus da Silva.

Hora extra

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Campinas e região, Francisco Aparecido da Silva, o procedimento de limpeza abaixo da laje recém- concretada não é seguro. "O engenheiro disse que o procedimento é feito rotineiramente e nunca tinha ocorrido nada, mas não é um procedimento correto", afirma. Silva informou ainda que os dois operários que morreram no acidente são do turno diurno e que trabalhavam em regime de horas extras no momento do desabamento. Segundo ele, a jornada excessiva de trabalho foi a principal constatação feita pelo sindicato no local.

A Método Construtora não havia divulgado quantos trabalhadores estavam no canteiro no momento do desabamento. Por meio de nota, a empreiteira afirmou que vai apurar as causas do acidente e que prestará todo o auxílio necessário aos familiares dos empregados, inclusive na liberação dos corpos e o traslado para as cidades de origem.

A empresa também se colocou à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários Já o Shopping Iguatemi afirma, em nota enviada pela assessoria de imprensa, que lamenta o ocorrido e afirmou que acompanhará a apuração da construtora contratada. O centro de compras também se colocou à disposição das autoridades para colaborar com a investigação das mortes.

Fonte: cidadeverde

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