Especialista avalia preconceito contra nordestinos na web: falta educa

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Uma usuária do Twitter está causando alvoroço nas redes sociais desde a noite desta quinta-feira, 8 de dezembro. Identificada como Sophia Fernandes (@SophiaOfDreams), ela disparou ataques preconceituosos a nordestinos, especialmente contra piauienses. Em resposta, pessoas de todo o Brasil passaram a rebater seus posts. O estrategista em marketing digital Gabriel Rossi acredita que se trata de mais um caso que demonstra a necessidade de reforço à educação para que a internet evolua em qualidade no Brasil. “É um exemplo que revela o ‘lado b’ da web”, garante.
Sophia, ou a pessoa por trás do perfil, insiste em chamar nordestinos de macacos, sujos e pobres. Seu perfil no Twitter já teve dezenas de atualizações, a maioria falando mal dos nascidos no nordeste brasileiro. “Nordestino tem caráter? Acho que não eim” e “Nordestino não nasce.. é cagado” são dois dos comentários de Sophia.
“Hoje, cada vez mais as pessoas utilizam a internet para esclarecer suas opiniões, mas nem sempre há discussões construtivas com sugestões e argumentos consistentes. Atualmente, cerca de 50 milhões de brasileiros já possuem banda larga. Mas a educação digital não acompanha esta evolução, o que é lamentável”, relata Gabriel Rossi.
“Fica claro que a pessoa, a Sophia, está querendo atenção. E vem conseguindo. Pode ser um perfil falso, mas acaba atingindo muita gente. O importante é que houve uma reação imediata pedindo ações legais, via justiça, contra as barbaridades que ela vem escrevendo. A reação, até agora, foi muito mais civilizada do que o ocorrido outras vezes”, completa o especialista.
Rossi lembra que as ações no mundo virtual têm igual relevância às ações no mundo real. E o mesmo acontece com as possíveis penalidades. “O comportamento digital tem consequências no mundo real, na sociedade, algo que ainda nem temos ideia. O que chega às redes sociais pauta conversas em casa, nos bares, nas casas noturnas etc. E o inverso também é válido. O que há de trash na vida real acaba chegando à internet, ao mundo virtual. Neste caso da Sophia, twiteiros já contataram a OAB do Piauí, pedindo atenção ao caso. É uma reação sem sobressaltos, pedindo medidas judiciais”, conta.
Sempre opositor da censura na internet, Rossi lembra que “trata-se de uma ótima ferramenta por ser livre e permitir que as pessoas se expressem. Isso é sua base, e deve continuar. Mas precisamos cada vez mais buscar um aperfeiçoamento. É preciso lembrar que a internet guarda o que postamos”.

Facebook
Nas últimas semanas a maior rede social do mundo, o Facebook, com seus 800 milhões de usuários, passou por um momento de baixaria. Pessoas postando fotos de animais deformados, imagens de nus nada artísticos, xingamentos. E a sensação de ter virado uma terra de ninguém se tornou forte.
Apostando na força de países emergentes, incluindo o Brasil, para chegar à marca de 1 bilhão de seguidores, o Facebook enfrenta um dilema. Como manter o “padrão família” das postagens? Para Gabriel Rossi, “o ‘padrão família’ não é aquela coisa chata, quadrada, de censura. Ao contrário. É o padrão em que gente de todas as idades, gêneros e crenças se sente confortável, a maneira de conseguir, digamos, 800 milhões de usuários”.
“O Orkut, por exemplo, não segurou as fotos de meninas em poses adultas, nem agiu firmemente contra comunidades racistas e vulgares. E, com isso, os pais passaram a vetar a entrada dos filhos. Nas últimas semanas o Facebook virou uma sucursal do Orkut”, diz o estrategista.
Isso se deve a alguns fatores, segundo Rossi. Primeiramente, o choque cultural trazido pelo Orkut, já que há uma clara migração de usuários para o Facebook, especialmente no Brasil, onde a rede do Google tinha, e ainda tem, força. Em segundo lugar, um ciclo que a própria internet vive: de tempos em tempos há uma “febre” com este tipo de postagens em redes sociais. E, por fim, educação digital, na qual as pessoas devem saber o poder que têm ao teclar, o poder de influenciar na vida dos outros, para o bem e para o mal.

“Que fique claro: censura à internet, jamais. Educação, sempre. Em um breve futuro serão mais 200 milhões de pessoas no Facebook em todo o mundo. Algo difícil de gerenciar, mas, claro, possível. O lado positivo dessa situação é que se pode obter uma melhora à medida que a dicotomia entre avanço da banda larga e preparo digital da população se estreita”, finaliza Rossi.

Fonte: assessoria

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