A população do Estado ganha mais um reforço na prevenção, diagnóstico e tratamento da Leishmaniose Visceral Canina (Calazar). A partir de agora, o Laboratório Central do Estado (Lacen) terá disponível o teste rápido para detectar a doença.



O Piauí será o pioneiro na implantação desse novo protocolo de diagnóstico. Para isso, técnicos do Ministério da Saúde e da Funede (Fundação Ezequiel Dias), de Minas Gerais, referência no controle da Leishmaniose, estão em Teresina, participando do Fórum de Leishmaniose que acontece hoje e amanhã (2 e 3).



De acordo com o representante da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério, Lucas Edel Donato Lucas, o teste rápido DPP era o único disponível no mercado, o que causava transtornos, quanto à disponibilização dos quites de exames aos laboratórios estaduais. “Recentemente foi adquirido pelo MS um novo quite de diagnóstico de teste rápido para leishmaniose, o Alere, para suprir a redução de 35% que houve na compra do DPP”.



Segundo a técnica da Funede, Andreza Pain, os dois são bem similares. “A implantação do Alere será um somatório, pois ele utiliza o mesmo antígeno, mesma mostra, mudando alguns detalhes como a metodologia e o tempo do resultado, cerca de 15 minutos”.



A parte prática do Fórum será o treinamento de técnicos do Lacen para implantação do novo teste, o que ocorrerá na tarde desta quinta-feira, 03, no Lacen. “Os técnicos do Ministério e Funede estão aqui pela necessidade de conhecer como estava acontecendo o fluxo do diagnóstico da Leishmaniose, como está a situação da doença aqui, propiciar uma aproximação entre o Ministério e a Secretaria de Estado da Saúde, porque sabemos que o Piauí é um estado endêmico para a doença, com extensão para novos municípios de incidência”, explica Gregório da Silva Júnior, coordenador de Laishmanioses da Diretoria da Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde (Duvas).



Participam do Fórum profissionais do (Lacen), da Secretaria de Estado da Saúde, do Centro de Controle de Zoonoses de Teresina, do Núcleo de Entomologia do Piauí (NEP/UFPI), e dos municípios polo Picos, Floriano e Parnaíba.



A Leishmaniose Visceral no Piauí



Nos últimos três anos (2012/2013/2014), dos 224 municípios do estado, 11 foram registrados como casos de Transmissão Intensa (quando são detectados uma médica de casos maior ou igual a 4,4). São eles: Altos, Barras, Bom Jesus, Buriti dos Lopes, Floriano, Miguel Alves, Oeiras, Parnaíba, Picos, Piripiri, São Raimundo Nonato.



Sete municípios foram registrados como casos de Transmissão Moderada (quando é detectada uma média de casos superior ou igual a 2,4 e menor 4,4). Foram eles, os municípios de Batalha, José de Freitas, Luis Correia, Monsenhor Gil, Paulistana, Pedro II e Regeneração. Já os municípios de Transmissão Esporádica (com média de casos abaixo de 2,4) foram 101. Em 104 não foi registrado transmissão.



No Piauí, foram notificados 80 casos de Leishmaniose Visceral Humana (LVH), de janeiro a junho de 2015, com dois óbitos confirmados no município de Parnaíba. No mesmo período foram notificados 16 casos de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), sem registro de óbito.