Mulher receberá indenização de R$ 20 mil por resultado errado de HIV

Piauí Hoje


Depois de ter sido diagnosticada na rede pública de saúde de forma errada como portadora do vírus HIV, uma mulher receberá indenização de R$ 20 mil do governo do Distrito Federal. O juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública da região condenou o DF a indenizar a paciente por danos morais.A dona de casa Sônia Luzia Amaro, 53 anos, fez exames de rotina em um hospital público, no dia 18 de maio de 2006. O exame sorológico teria apontado que a mulher tinha o vírus HIV. Segundo Sônia, o resultado gerou crise familiar e provocou grande abalo emocional. "Eu sou casada há 18 anos. Meu marido começou a desconfiar de mim e chegou a me evitar, me ignorar", disse. "Eu entrei em depressão e quase tentei suicídio. Foi a pior época da minha vida". Em outubro do mesmo ano, ela fez novo exame, que atestou resultado negativo para a doença.Após a descoberta do verdadeiro resultado, a vida de Sônia voltou ao normal. "Meu marido entendeu que foi um erro o que aconteceu. Mas eu passei por muita humilhação nesses dias, tinha medo das pessoas, vivi uma fase terrível. Isso nenhuma indenização vai conseguir me fazer esquecer", explicou.O DF contestou a ação e alegou que a paciente recebeu pronto atendimento médico, e que não houve dano, questionando o valor da indenização. De acordo com a advogada de Sônia, Magda Ferreira de Souza, o DF terá 30 dias para entrar com o recurso, contudo, ela acredita que as chances do recurso ser aceito são pequenas. "Eu acho pequena a reversão do caso, inclusive há uma possibilidade de entrarmos com uma apelação para aumentar o valor da indenização", disse.Para o juiz da 6ª Vara, os danos sofridos pela mulher não podem ser contestados. "É incontroverso nos autos que houve o diagnóstico precipitado de soro positivo para o vírus HIV, o que ensejou intenso abalo emocional", firmou. O magistrado acrescentou ainda que, apesar dos argumentos do DF, nada justificaria o não pagamento do acordo.Além dos danos psicológicos, o juiz lembra que houve também danos físicos, causado pelos medicamentos que Sônia tomou, além da angústia vivida. "O choque, a angústia e o preconceito é algo que extrapola as raias da normalidade, sendo certo que causa abalos de cunho psicológico, devendo a autora ser indenizada", analisa.

Fonte: Correioweb

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