Brasil

Pesquisa diz que brasileira não conhece métodos contraceptivos

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Quarta - 06/11/2013 às 22:11



 Após receberem esclarecimentos sobre os métodos contraceptivos combinados (compostos por dois hormônios), um número significativo de mulheres brasileiras entrevistadas mudaram sua escolha em relação ao anticoncepcional. Esse é o principal dado apontado em pesquisa inédita no Brasil, a maior da América Latina e segunda maior do mundo sobre contracepção, publicada recentemente no Gynecological Endocrinology - periódico científico da Sociedade Internacional de Ginecologia e Endocrinologia.



O objetivo do levantamento foi avaliar o impacto que a informação tem na decisão sobre o método contraceptivo efetivamente escolhido, analisando a escolha da mulher antes e após ser apresentada aos diferentes anticoncepcionais combinados (pílula oral, adesivo semanal, anel mensal e injetável mensal).



"Em época de \'Dr. Google\', é muito importante valorizarmos o ginecologista, que tem um papel fundamental no momento de orientar a paciente, dando informações sobre eficácia, modo de ação, frequência de uso, efeitos colaterais e via de administração. Essa interação realmente funciona, como mostram os dados da pesquisa, e vai de encontro ao artigo 42 do novo Código de Ética Médica, de 2010: "É vedado ao médico: desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método contraceptivo, devendo o médico sempre esclarecer sobre a indicação, a segurança, a reversibilidade e o risco de cada método", afirma o Dr. Nilson Roberto de Melo, diretor Científico da Febrasgo e um dos autores da publicação.



O diretor científico da Febrasgo ressalta ainda que os resultados mostram que a informação é extremamente útil e influencia na escolha da paciente. "Como muitas delas mudaram de opinião em relação ao método, isso significa que, antes de serem aconselhadas sobre cada contraceptivo, uma parte delas estaria escolhendo um método que não era adequado. Com a ajuda do médico, a mulher deve ter seu direito de escolha respeitado e deve ser protagonista da escolha do seu método contraceptivo, analisando riscos e benefícios de acordo com seu estilo de vida, hábitos e costumes."



Principais resultados do levantamento:


•Mulheres que optaram inicialmente pelo uso da pílula (66%), mudaram de opinião (22%) após serem informadas sobre as características, vantagens e desvantagens de cada método hormonal combinado. No final do esclarecimento, 53% das mulheres escolheram a pílula diária como contraceptivo.


•A escolha pelo adesivo semanal e pelo anel mensal juntos aumentou de 16% para 30% das escolhas, enfatizando a migração para métodos menos convencionais após o recebimento de informações.


•Preferencia inicial de 18% das mulheres, o injetável mensal foi a escolha de 16% delas após esclarecimento dos métodos.


•Os resultados do estudo confirmam que a pílula foi o método preferido nesta amostra de mulheres brasileiras, porém mostram que o fornecimento de informações sobre outros métodos anticoncepcionais pode ter um impacto significativo na escolha de anticoncepcionais e sugerem que algumas das mulheres optam por usar a pílula porque não dispõem de informações necessárias e/ou não conhecem as outras opções anticoncepcionais disponíveis.


•Após informações sobre os vários métodos anticoncepcionais disponíveis a proporção de mulheres que optam pelo o anel vaginal ou o adesivo aumentou e a preferência pela pílula combinada diminui.



Razões das mulheres para a escolha de um determinado método:


•Metade daquelas que optaram pela pílula mencionou sua facilidade de uso.


•25% das mulheres escolheram a pílula porque estavam acostumadas, o que sugere que a conscientização sobre o método pode ser fator determinante na escolha da mulher.


• Menor probabilidade de esquecer foi a principal razão para preferirem métodos não diários, como o injetável, adesivo e anel vaginal.


•Probabilidade de se esquecer de tomar foi o principal motivo para a rejeição à pílula.


•Acredita-se que a escolha das mulheres não foi influenciada pelo preço, uma vez que a informação se restringia às características técnicas dos métodos.



O estudo foi realizado por 615 ginecologistas com 9.507 mulheres, com idade entre 18 e 49 anos, com participantes distribuídos igualmente por todo o país e representação de todas as diferentes regiões geográficas no período de novembro de 2009 a março de 2010. A pesquisa contou com o patrocínio da MSD.

Fonte: assessoria

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