A Delegacia Geral de Polícia Civil divulgou que no ano de 2011 foram registrados 123 casos de estupro no Estado. Desses, 88 foram cometidos contra menores de idade e 35 contra adultos.

Dados da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), mostram que nos últimos três meses estão sendo investigados 150 casos, e, segundo o chefe de investigação Joatan Gonçalves, pelo menos 70% desses casos são relacionados a abuso sexual de menores.

"O número de denúncias tem crescido consideravelmente. Nós aqui da DPCA chegamos a fechar de cinco a sete casos por dia", destacou Joatan Gonçalves, que ressaltou a importância das denúncias para a punição dos autores.


O Conselho Tutelar Centro/Norte registrou no ano passado 27 casos de abuso. O conselheiro Itapuã Cavalcante afirmou que na maioria dos casos, o crime é cometido por pessoas próximas à vítima, que geralmente são crianças de 0 a 12 anos.

"São pessoas que ganham a confiança da criança e da família da criança. Que estão acima de suspeitas. Em outros casos, quando é o pai ou o padrasto, muitas vezes as mães são coniventes, porque dependem emocional e financeiramente do marido", explicou o conselheiro.

Nos casos em que a mãe sabe do crime, mas não informa à polícia, o Conselho Tutelar a denuncia como cúmplice. "Não deixa de ser crime. Ela até acha que está protegendo a criança, mas é o contrário", destacou Itapuã.

O Conselheiro citou que no início de 2011 a instituição acompanhou uma adolescente que, após o divórcio dos pais, era obrigada a ficar os finais de semana com o pai, que a levava frequentemente a motéis.

"Ela tinha cerca de 13 anos e ele sempre a obrigava a ir prometendo que era a última vez. A mãe não chegou a perceber. Ela ficou mais de um ano sofrendo abusos, até que uma tia percebeu o comportamento estranho da adolescente", finalizou.