a Avenida Antônio Sales, um prédio abandonado há mais de dez anos, serve de morada para duas famílias. A única presente na manhã de ontem, relata que reside no edifício há cinco anos e que nunca foram procurados pela Prefeitura de Fortaleza.

Populares temem que o local se transforme na mais nova favela vertical da cidade, já que o prédio abandonado possui 17 andares, todos desocupados.

O motorista Fernando Júnior Cavalcante, 28, revela que é no período da noite que a situação fica mais delicada, pois alguns moradores em situação de rua invadem o prédio para usar drogas. O fato, contudo, é negado pelo morador Josias Judici, 50. O homem, natural de Parati, no Rio de Janeiro, vive com a companheira Lúcia de Fátima Silva, 33, que é de Parnaíba, Piauí.

O casal mora no térreo do edifício e disse que várias pessoas já tentaram invadir, mas que eles não permitiram. "Não gosto de bandidagem e nem de vadiagem, só quero um lugar tranquilo para morar com ela". O homem disse que os dois vivem ali, escondidos do tempo. Pensando alto, Lúcia fala que não consegue entender como abandonam um prédio daquele porte. Seu maior medo, porém, é que descubram o local.

É exatamente esse o receio da Habitafor. O órgão informa que se trata de um prédio privado, onde residiam duas famílias. Uma delas já foi, inclusive, beneficiada com uma unidade habitacional no bairro Nossa Senhora de Fátima, no Conjunto Marques do Nascimento. Porém, devido ao conflito com moradores, eles foram transferidos para o Maria Tomásia, mas acabaram vendendo a unidade.

Quanto a outra família, que continua residindo no local, o presidente da Habitafor, Roberto Gomes, frisa que está sendo feito levantamento para averiguar se ela já está cadastrada ou se foi beneficiada por algum programa do órgão. Caso não tenha sido, será avaliada uma providência. Para evitar que o local que transforme numa possível favela vertical, a assessoria de imprensa solicitou a não divulgação do endereço do prédio.