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Marcelo Castro diz que população o apoiou no caso das emendas barradas por Ciro Nogueira

Senador disse em entrevista que recursos que seriam destinados ao Hospital Universitário de Teresina foram barrados por influência do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira

Da Redação

Quarta - 25/05/2022 às 12:02



Foto: Divulgação Senador Marcelo Castro
Senador Marcelo Castro

O senador Marcelo Castro (MDB-PI) afirmou em entrevista ao jornalista Cezar Feitosa, do jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira (25), que a população o apoiou sobre a questão das emendas que destinaria ao Hospital Universitário do da Universidade Federal do Piauí, e que foram barradas, segundo ele, por influência do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). "No meu caso, eu acho que a população ficou do meu lado porque está vendo que ele barrou recursos para o Piauí. Está prejudicando o estado".

Ele disse que não critica o fato da senadora Eliane Nogueira (PP-PI), que é mãe de Ciro, ter tido acesso a um valor de emendas de relator muito superior a ele (Eliane teve R$ 400 milhões, enquanto Marcelo, R$ 36 mi), mas o fato de que suas emendas foram barradas.

"O Piauí tem muitas carências. Quem tiver oportunidade [de enviar recursos para o estado], ocupando cargo importante na República, estará fazendo bem. Eu não faço crítica. Se o Ciro Nogueira hoje é ministro da Casa Civil e tem oportunidade de levar recursos pro Piauí, é bem recebido", disse Marcelo Castro na entrevista. Questionado se, por ser relator das emendas, pretende dar o troco, ele responde que não, que a queixa que tem, é pelo ministro ter barrado os recursos.

"Esse exemplo confirma o que eu digo: a emenda RP9 [emenda de relator] tem um poder discricionário muito maior. Eu tive R$ 36 milhões e a mãe do Ciro –por ser mãe dele– teve R$ 400 milhões. A queixa que eu tenho é que indiquei vários recursos para o Piauí e ele, por ser ministro, barrou esses recursos. Eu bato palmas por ele levar investimento para o Piauí. Agora, impedir que qualquer outro parlamentar envie recursos para o estado não é uma coisa correta.

Na Comissão de Educação eu consegui levar R$ 100 milhões para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. O meu projeto era, dos R$ 100 milhões, destinar R$ 20 milhões para criar a ala oncológica do Hospital Universitário de Teresina. Ele travou os recursos. Eu jamais faria isso.", declarou. O jornal informou que procurou o ministro Ciro Nogueira, mas não teve resposta.

DISPARIDADE DAS EMENDAS DE RELATOR: "É UMA ANOMALIA"

O senador também criticou o mecanismo das emendas RP9. Ele disse que é uma anomalia, e que considera que emendas de bancada e de comissão são de melhor qualidade.

"Eu sempre me insurgi contra a qualidade da emenda e o valor. Nos últimos dois anos, os relatores tiveram emendas de mais de R$ 30 bilhões. É uma anomalia. O que eu penso, honestamente: as emendas de bancada e de comissão são de melhor qualidade. Elas precisam ser debatidas coletivamente, e os recursos são indicados por acordo. A emenda de relator tem um poder discricionário muito maior. Isso faz a emenda [rubrica RP9] ter uma qualidade baixa, inferior às emendas de bancada e comissão. Já está na minha cabeça trabalhar no sentido de aperfeiçoar esses processos.", declarou na entrevista.

ENTREVISTA COMPLETA

Fonte: Com informações da Folha de S.Paulo

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