Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
Deputado federal e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem
Segundo o parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) utilizou da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional para ter acesso aos dados sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Gonet deu o aval para que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorize a operação da Polícia Federal (PF) sobre o caso.
Em seu testamento, o Gonet classifica o deputado federal como “risco” à integridade das investigações sobre a Operação First Mile, programa de espionagem secreto no qual é apurado seu envolvimento.
Investigado por participação em um programa de espionagem política revelado nessa quinta-feira (25), Ramagem teria obtido acesso a informações sobre investigações de irregularidades encontradas em sua gestão no órgão de inteligência.
De acordo o relatório do procurador-geral, a CCAI obteve no ano passado dados confidenciais de investigações sobre a vigilância de indivíduos considerados opositores do então presidente Jair Bolsonaro, incluindo políticos, jornalistas, advogados e até ministros do Supremo Tribunal Federal, durante a passagem de Ramagem no comando da Abin.
Durante 2023, Ramagem ainda requisitou documentos da Abin e de outras entidades de inteligência, abordando temas como os incidentes de 8 de janeiro e movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhos Sem-Terra (MTST).
As informações recém descobertas pela investigação promovem incerteza acerca da pré-candidatura do deputado federal para a prefeitura do Rio de Janeiro. Para os apoiadores de Bolsonaro, a percepção predominante é que Ramagem será abatido politicamente antes mesmo de lançar oficialmente sua candidatura.
Fonte: Brasil 247
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