Política

CRIME ORGANIZADO

PF deve investigar crimes citados por Ronnie Lessa e não solucionados

Alguns homicídios podem estar relacionados ao crime organizado no Rio de Janeiro

Da Redação

Terça - 26/03/2024 às 09:27



Foto: Lucas Landau/Reuters Ronnie Lessa
Ronnie Lessa

A Polícia Federal (PF) deve ampliar suas investigações para incluir outros casos de homicídios suspeitos de envolvimento com o crime organizado no Rio de Janeiro, os quais permaneceram sem resolução por parte das autoridades estaduais.

Esses homicídios foram mencionados no processo relacionado às mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, com destaque para as declarações feitas pelo ex-policial militar Ronnie Lessa em sua delação premiada, conforme informações do Globo.

Integrantes da cúpula da PF e do Ministério da Justiça identificam nos depoimentos de Lessa e de outros indivíduos investigados e testemunhas pistas que poderiam levar à resolução de outros casos ligados a milícias, tráfico de drogas, jogo do bicho e disputas territoriais, incluindo homicídios cometidos pelo Escritório do Crime, um grupo no qual Lessa era um dos assassinos contratados.

Os investigadores acreditam que as evidências coletadas durante as buscas e apreensões realizadas no último domingo (24), como telefones celulares e documentos, fornecerão novos elementos para fortalecer as informações apresentadas no inquérito.

Falcon (à esq.), Zé Personal, Haylton e Pereira foram assassinados: os crimes não tiveram solução — Foto: Montagem/ O Globo

O relatório final da PF sobre o Caso Marielle revela um quadro de negligência e atos de sabotagem dentro da Polícia Civil, responsável por esclarecer os crimes que permaneceram sem solução. Segundo as investigações, a estrutura encarregada das apurações operou, na realidade, em favor de organizações criminosas.

“A Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio, devidamente capitaneada por Rivaldo Barbosa, se tornou um ambiente pernicioso para que organizações criminosas das mais diferentes espécies encontrassem ali um refúgio para a impunidade dos seus crimes”, diz o relatório da PF.

Rivaldo Barbosa foi preso preventivamente sob a suspeita de desviar o foco das investigações para proteger o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio, Domingos Brazão – ambos também detidos, acusados de serem os mandantes.

De acordo com o Globo, Lessa forneceu informações à PF sobre outros 11 crimes, além do assassinato de Marielle Franco. Um desses casos inclui o não resolvido assassinato de Marcos Falcon, candidato a vereador e presidente da Portela, em 2016.

Fonte: Diário do Centro do Mundo

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