Saúde

OUTUBRO ROSA

Confira dicas valiosas de prevenção contra a doença

O câncer de mama é uma doença grave, mas que pode ser curada, quanto mais cedo o diagnóstico melhor o prognóstico.

Redação

Segunda - 12/10/2020 às 09:17



Foto: Divulgação Leninha Wagner
Leninha Wagner

Movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama o Outubro Rosa foi criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure. A data é celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) participa do movimento desde 2010, e promove eventos técnicos, debates e apresentações sobre o tema, assim como produz materiais e outros recursos educativos para disseminar informações sobre fatores protetores e detecção precoce do câncer de mama.

As causas do Câncer:

O câncer não tem uma causa única, é multifatorial. Há diversas "causas externas" (presentes no meio ambiente) e "internas" (como hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas). Os fatores podem interagir de diversas formas, dando início ao surgimento do câncer.

Segundo a neuropsicóloga Leninha Wagner, "entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas. As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os hábitos e o estilo de vida podem aumentar o risco de diferentes tipos de câncer. Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente de trabalho (indústrias químicas e afins), o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) e o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida)". Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores alteram a estrutura genética (DNA) das células, destaca.

Leninha lembra que "as causas internas estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Apesar de o fator genético exercer um importante papel na formação dos tumores (oncogênese), são raros os casos de câncer que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos".  Existem ainda alguns fatores genéticos que tornam determinadas pessoas mais suscetíveis à ação dos agentes cancerígenos ambientais. Para Leninha, "isso parece explicar porque algumas delas desenvolvem câncer e outras não, quando expostas a um mesmo carcinógeno".

            Vale lembrar que o envelhecimento natural do ser humano traz mudanças nas células, que as tornam mais vulneráveis ao processo cancerígeno. "Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica, em parte, o porquê de o câncer ser mais frequente nessa fase da vida", detalha a neuropsicóloga.

Ações de Prevenção

A prevenção do câncer engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença. Leninha Wagner reforça que "o objetivo da prevenção primária é impedir que o câncer se desenvolva. Isso inclui a adoção de um modo de vida saudável e evitar a exposição a substâncias causadoras de câncer". Já a secundária "é detectar e tratar doenças pré-malignas (por exemplo, lesão causada pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes do intestino) ou cânceres assintomáticos iniciais", completa.

Evite o tabaco

A neuropsicóloga alerta ainda que o uso do cigarro é perigoso e deve ser cortado imediatamente para quem deseja se prevenir contra o câncer: "Não fume! Essa é a regra mais importante para prevenir o câncer, principalmente os de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e esôfago. Ao fumar, são liberadas no ambiente mais de 4.700 substâncias tóxicas e cancerígenas que são inaladas por fumantes e não fumantes. Parar de fumar e de poluir o ambiente é fundamental para a prevenção do câncer".

Alimentação saudável protege contra o câncer.

Leninha reforça a importância de "uma ingestão rica em alimentos de origem vegetal como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e pobre em alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para consumo ou prontos para aquecer e bebidas adoçadas, pode prevenir o câncer". Além disso, a alimentação deve ser saborosa, respeitar a cultura local, proporcionar prazer e saúde e incluir alimentos regionais. 

Mantenha o peso corporal adequado.

Manter um peso saudável ao longo da vida é uma das formas mais importantes de se proteger contra o câncer.  Leninha explica que "uma alimentação saudável favorece a manutenção do peso saudável e a recomendação é evitar alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para aquecer ou consumir, e fazer dos alimentos in natura e minimamente processados como as frutas, legumes, verduras, feijões e outros grãos, sementes, castanhas a base da alimentação".

A atividade física também contribui para se proteger contra o câncer, além de contribuir para a manutenção do peso corporal saudável. Além disso, Leninha enfatiza que "para a prática de atividade física, não há necessidade de serem aquelas modalidades que demandem a contratação de serviços como academias; atividades como caminhar tanto no tempo livre, quanto no deslocamento para outros compromissos, pedalar, dançar, etc são boas opções". E, vale lembrar, a criação de ambientes que incentivem a alimentação saudável e ser fisicamente ativo ao longo da vida é fundamental para o controle do câncer.

Pratique atividades físicas

Você pode, por exemplo, caminhar, dançar, trocar o elevador pelas escadas, levar o cachorro para passear, cuidar da casa ou do jardim ou buscar modalidades como a corrida de rua, ginástica, musculação, entre outras. Diante disso, Leninha orienta que "ache aquela modalidade que goste, aproveite e busque fazer dessas atividades um momento coletivo, prazeroso e divertido, com a família e amigos, ou faça da atividade física um momento introspectivo no qual você se conecta consigo, enfim, é possível encaixar a atividade física na rotina de cada um, seja através do deslocamento ativo indo ao trabalho ou outras atividades caminhando ou de bicicleta, são diferentes possibilidades".

Amamentação também é importante

O aleitamento materno é a primeira ação de alimentação saudável. Leninha Wagner explica que "a amamentação até os dois anos ou mais, sendo exclusiva até os seis meses de vida da criança, protege as mães contra o câncer de mama e as crianças contra a obesidade infantil". A partir de seis meses da criança, ela reforça, "deve-se complementar a amamentação conforme a dica sobre Alimentação saudável e proteção contra o câncer".

Leninha Wagner detalha que as alterações das células do colo do útero são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, "é importante a realização periódica deste exame. Tão importante quanto fazer o exame é saber o resultado, seguir as orientações médicas e o tratamento indicado".

Vacinação contra fatores de risco

Outro item importante destacado pela neuropsicóloga é a vacinação: "A imunização contra o HPV, disponível no SUS, e o exame preventivo (Papanicolau) se complementam como ações de prevenção do câncer do colo do útero. Mesmo as mulheres vacinadas, quando chegarem aos 25 anos, deverão fazer um exame preventivo a cada três anos, pois a vacina não protege contra todos os subtipos do HPV".

"Já o câncer de fígado está relacionado à infecção pelo vírus causador da hepatite B e a vacina é um importante meio de prevenção deste câncer", completa. Vale lembrar que o Ministério da Saúde disponibiliza nos postos de saúde do País a vacina contra esse vírus para pessoas de todas as idades.

Evite a ingestão de bebidas alcoólica.

Leninha lembra que seu consumo, em qualquer quantidade, "contribui para o risco de desenvolver câncer. Além disso, combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta a possibilidade do surgimento da doença".

Evite comer carne processada.

Até cuidados com a alimentação é importante nesta prevenção. Carnes processadas como presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela, peito de peru e blanquet de peru podem aumentar a chance de desenvolver câncer. Leninha detalha que neste caso, "os conservantes (como os nitritos e nitratos) podem provocar o surgimento de câncer de intestino (cólon e reto) e o sal provocar o de estômago".

Exposição excessiva

Outro fator importante é evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h. Leninha Wagner orienta que se "use sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios. Se for inevitável a exposição ao sol durante a jornada de trabalho, use chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida"

Evite exposição a agentes cancerígenos no trabalho.

Agentes químicos, físicos e biológicos ou suas combinações são causas bem conhecidas de câncer relacionado ao trabalho, e evitar ou diminuir a exposição a estes agentes seria o ideal e desejável. Mas para que isto ocorra de maneira satisfatória, "é necessário o comprometimento de todos os envolvidos nos diversos processos de trabalho, visando a elaboração de planos para evitar o adoecimento dos trabalhadores. Também é fundamental a implementação de leis que obriguem e fiscalizem a substituição dos agentes causadores câncer no trabalho por outros mais saudáveis, quando já houver esta alternativa", enfatiza a neuropsicóloga. 

Fatores de risco

O termo "risco" é usado para definir a chance de uma pessoa sadia, exposta a determinados fatores, ambientais ou hereditários, desenvolver uma doença. Os fatores associados ao aumento do risco de se desenvolver uma doença são chamados fatores de risco. Por isso, Leninha explica que "o mesmo fator pode ser de risco para várias doenças – o tabagismo e a obesidade, por exemplo, são fatores de risco para diversos cânceres, além de doenças cardiovasculares e respiratórias. Vários fatores de risco podem estar envolvidos na origem de uma mesma doença. Estudos mostram, por exemplo, a associação entre álcool, tabaco, e o câncer da cavidade oral".

Quando se fala nas doenças crônicas, como o câncer, ela conta que "as primeiras manifestações podem surgir após muitos anos de uma exposição única (radiações ionizantes, por exemplo) ou contínua (no caso da radiação solar ou tabagismo) aos fatores de risco. A exposição solar prolongada sem proteção adequada durante a infância pode ser uma das causas do câncer de pele no adulto".

Além disso, "os fatores de risco podem ser encontrados no ambiente físico, herdados ou resultado de hábitos ou costumes próprios de um determinado ambiente social e cultural", detalha.
Dica valiosa

Depois de tantas dicas, a neuropsicóloga Leninha Wagner deixa a informação primordial para se prevenir contra o câncer: "Lembre-se que existem vários testes que podem ser realizados de forma fácil, por você mesma e em casa. Se explore, investigue seu corpo, e se notar algo de errado, busque por ajuda profissional. E troque o medo pela coragem de lutar pela vida!", finaliza.

Fonte: MF Press Global

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