Brasil

Seca provoca primeiro racionamento de água na capital, Brasília

Cinco regiões administrativas tiveram o fornecimento de água suspenso, o que afetou cerca de 600 mil pessoas.

Sábado - 24/09/2016 às 20:09



Foto: EBC Para fugir do calor e da seca, homem molha o corpo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Para fugir do calor e da seca, homem molha o corpo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

Brasília começou a enfrentar em setembro seu primeiro esquema de racionamento de água por falta do recurso. Em um período aproximado de duas semanas, cinco regiões administrativas tiveram o fornecimento de água suspenso, o que afetou cerca de 600 mil pessoas.

O Distrito Federal é abastecido por dois diferentes esquemas: 85% da população têm água de dois reservatórios, o do Descoberto e o de Santa Maria; e os outros 15% e parte dos produtores agrícolas recebem o líquido diretamente de pelo menos cinco córregos. Esta última é a população afetada pelo rodízio de suspensão de água das últimas semanas. As áreas atingidas são as regiões administrativas de Sobradinho, Planaltina, Jardim Botânico, São Sebastião e Brazlândia.

As primeiras suspensões do abastecimento, sofridas por Brazlândia, não foram programadas, mas decorrentes da falta de água no córrego de origem devido a um período de estiagem maior que o comum na região. A partir disto, a Agência Reguladora de Água, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) fez um plano de contingenciamento.

“Os córregos do Distrito Federal, em geral, são de pequeno porte. muitos já secaram e outros estão com nível muito baixo. Então, começamos a ter problemas de atendimento da população destas cinco regiões administrativas. Essa população começou a ter interrupção no fornecimento porque a Caesb (Companhia de Abastecimento Ambiental do Distrito Federal) não podia ficar com as máquinas ligadas por falta de água. Às vezes porque o córrego estava baixo devido a falta de chuva, outras porque havia conflito entre os usuários”, explicou o diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles.

Segundo o professor da Universidade de Brasília, Sérgio Koide, doutor em Recursos Hídricos, para situações de racionamento não acontecerem nesta região, o sistema deveria trabalhar com uma folga, ou seja, deveria estar ligado a mais fontes de água para os momentos de estiagem.

Desde julho a Adasa estuda estabelecer sobretaxa na tarifa para quem aumentar o consumo, como medida para evitar o colapso do sistema hídrico. Por enquanto, as medidas são acordos com o setor agrícola para se organizarem nos horários de captação, recomendações para que posto de lavagem de carro e caminhões-pipa reduzam o consumo e campanhas de conscientização para que a população não lave calçadas, fachadas de prédios, e tenha um consumo consciente.

Fonte: Agência Brasil

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