Os usuários do transporte público em Teresina reclamam que os ônibus que circulam por Teresina estão cada vez mais lotados e ainda demoram a passar. O Sindicato dos Trabalhores Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro) denuncia a redução da frota por parte das empresas e que o motivo seria a demora na licitação do sistema de transporte.

Logo no começo do dia, a situação não é fácil para os usuários, os ônibus quase sempre estão lotados. Diante disso, o motorista é obrigado a passar direto em alguns pontos. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) diariamente são cerca de 70 mil pessoas que utilizam o transporte coletivo, sendo que circulam pela cidade 474 veículos, mas há quem acredite que esse número diminuiu.

As associações ligadas ao transporte público, tanto a dos passageiros quanto a dos rodoviários, atribuem esses problemas à demora no processo licitatório do sistema que pretende regulamentar a atuação das empresas no setor.

“Os empresários operam hoje com um pé atrás e outro na frente, porque têm medo de não ganhar a licitação e já temem o prejuízo. Com isso, quem tá pagando é a sociedade, porque eles começaram a retirar os carros e deixaram de cumprir os horários”, relatou o presidente da associação de usuários do transporte público, José Borges.

Para o presidente do Sintetro, Francisco Oliveira, os trabalhadores do sistema também são prejudicados pela redução da frota. “As empresas, por conta do reajuste do preço da passagem que não ocorre há três anos, estão diminuindo a frota. Consequentemente, os trabalhadores sofrem, porque, a cada ônibus a menos é um motorista e um cobrador sem trabalhar. A população acaba sofrendo sem o transporte”, revelou Oliveira.

Em março deste ano foi publicado o edital com as regras e exigências para prestação de serviços do transporte coletivo na capital. Por conta de correções gramaticais e de digitação, o edital precisou ser republicado no mês de abril, o que prorrogou ainda mais o prazo final de inscrições e abertura de envelopes. A data que seria 9 de maio passou para 11 de junho.

A indefinição estaria prejudicando também a negociação salarial entre patrões e empregados. Nesta segunda-feira (12) houve mais uma rodada de negociações no Ministério Público do Trabalho para definir a situação salarial de motoristas e cobradores. “As empresas ofereceram uma proposta, mas vamos fazer uma assembleia sexta-feira para avaliar”, disse Francisco Oliveira.