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Vulvodínia: distúrbio pode afetar a vida sexual. Entenda o problema

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Sábado - 07/03/2015 às 21:03



 Vaginismo, candidíase, corrimentos e dores na relação sexual. Estes problemas já são conhecidos por inúmeros ginecologistas e mulheres. Mas tem um que ainda não é muito divulgado: a vulvodínia, uma doença pouco conhecida da vulva - a parte externa dos órgãos genitais femininos. Entre os sintomas mais comuns relatados pelas mulheres estão a dor ou desconforto crônico com duração superior a três meses, sem causa definida, que acomete essa região. O grande problema para diagnosticar o distúrbio é que estes sintomas se confundem com os de outras patologias da vulva.

Um estudo americano, divulgado em 2014 e feito com mais de 1.700 mulheres, observou o surgimento de 4 casos novos de vulvodínia para cada 100 mulheres/ano, com presença maior em jovens e casadas. A doença foi classificada em 1983 pela Sociedade Internacional de Estudos sobre Doenças Vulvares (ISSVD), e um levantamento publicado em 2009 pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) avaliou que, por ser pouco conhecida, a vulvodínia ainda é inclusive desconhecida por alguns médicos.

"Acredita-se que o distúrbio atinja 16% das mulheres de todas as idades e etnias. A dor crônica diminui a qualidade de vida geral, o que prejudica desde o relacionamento íntimo até a estrutura familiar, como trabalho e relacionamento interpessoal. Mulheres ainda têm vergonha de se queixar disso ao ginecologista", reforça o ginecologista e obstetra Alfonso Massaguer, diretor clínico da Clínica Mãe.Assim, mulheres com essa doença, geralmente, apresentam história de muitas consultas médicas e inúmeros tratamentos, porém, todos sem sucesso. "A vulvodínia, normalmente, atinge mulheres durante a vida reprodutiva. Os sintomas podem ser fracos ou muito intensos. Ardor e dor vaginais são as queixas mais comuns, podendo também acontecer incômodos durante o sexo", observa Ana Lúcia Beltrame, ginecologista-obstetra e especialista em reprodução humana.

A recomendação da médica é a de que, caso a mulher apresente algum dos sintomas, procure um ginecologista para que inicialmente seja feito o diagnóstico e, uma vez feito, que sejam indicadas as orientações mais adequadas para minimizar a dor e a irritação vulvar. "Deve-se recomendar o uso de roupas íntimas de algodão, estas que podem ser evitadas durante a noite. Portanto, todos os potenciais irritantes para a região da vulva devem ser afastados, inclusive cremes e produtos perfumados que geralmente contêm álcool e substâncias irritantes. Procure não usar também sabonetes perfumados na região vulvar e lenços umedecidos", afirma Ana Lúcia.

Se não tratada, os efeitos negativos do distúrbio na vida da mulher são muitos. "A dor crônica é causa de grande prejuízo da qualidade de vida e pode intensificar quadros de depressão, dificuldade de relacionamento íntimo, ruptura da estrutura familiar com as diversas consequências associadas, a dor pode gerar mudança no hábito urinário que pode comprometer o desempenho profissional e causar constrangimentos, entre outros", alerta o ginecologista Alfonso Massaguer.

Fonte: agencias

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