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BANCO CENTRAL

BC enfrenta desafios com alta do dólar e aumento dos gastos públicos

Instituição avalia a possibilidade de elevar a taxa de juros para conter inflação

Da Redação

Terça - 06/08/2024 às 12:26



Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil BC avalia subir juros com alta do dólar e gastos públicos
BC avalia subir juros com alta do dólar e gastos públicos

O Banco Central (BC) expressou preocupação com o impacto da alta do dólar e do aumento dos gastos públicos nas expectativas de inflação, ressaltando que não hesitará em aumentar a taxa de juros se necessário para manter a inflação sob controle. A declaração foi feita nesta terça-feira (6), em um cenário de projeções elevadas e riscos adicionais para a inflação.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 10,5% ao ano pela segunda vez consecutiva, após um ciclo de sete reduções que ocorreu entre agosto de 2023 e maio de 2024. A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 17 e 18 de setembro.

O BC destacou que o momento atual exige "ainda maior cautela" e que a instituição está avaliando cuidadosamente a melhor estratégia para controlar a inflação. "O comitê avaliará se a manutenção da taxa de juros por um período prolongado será suficiente para levar a inflação à meta. Caso contrário, não hesitará em elevar a taxa de juros se isso for necessário para garantir a convergência da inflação à meta", diz a ata da reunião divulgada hoje.

A Selic é um instrumento crucial na política monetária para controlar a inflação. A sua elevação visa conter a demanda e encarecer o crédito, enquanto sua redução estimula a economia, mas pode dificultar o controle da inflação. Em junho, a inflação foi de 0,21%, abaixo dos 0,46% registrados em maio, mas ainda acima da meta de 3% estabelecida pelo Banco Central. A inflação acumulada em 12 meses é de 4,23%, e a divulgação da inflação de julho está prevista para sexta-feira (9).

O BC também observou que o aumento recente das expectativas de inflação e a alta do dólar estão afetando a política monetária e a percepção de risco. O dólar acumulou uma alta de 15,15% no primeiro semestre de 2024, exacerbando a pressão inflacionária.

O Comitê de Política Monetária reforçou que a política monetária não está automaticamente alinhada com a política dos EUA ou com a taxa de câmbio, mas é influenciada pelos efeitos externos sobre a inflação interna. A alta do dólar, que influencia os preços de importação e a dívida externa, continua sendo um fator significativo na condução da política monetária.

O Copom enfatizou que, enquanto o cenário internacional e a volatilidade cambial persistem, a política monetária brasileira deve ser conduzida com cautela para mitigar os impactos adversos sobre a economia. A Selic, que havia sido reduzida para 2% ao ano durante a pandemia para estimular a economia, foi aumentada em um ciclo de aperto monetário iniciado em março de 2021 e mantida em 13,75% até agosto de 2023, antes de começar a série de cortes.

Fonte: Agência Brasil

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