Durante uma transmissão ao vivo, uma colaboradora de María Corina Machado, uma das principais líderes da oposição na Venezuela, foi detida por forças militares nesta terça-feira (6), conforme relatado pela Folha de S. Paulo. María Oropeza, coordenadora da campanha de Machado, capturou o momento em que supostos agentes da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM) invadiram sua residência, quebrando a porta à força. Segundo o partido Vente Venezuela, Oropeza foi levada de um imóvel onde estava em Portuguesa durante a noite.
Oropeza, visivelmente angustiada, fez um apelo ao vivo em que dizia “eles estão entrando na minha casa de forma arbitrária, sem qualquer ordem de busca. Estão destruindo a porta. Peço socorro a todos que puderem. Não sou uma criminosa; sou apenas uma cidadã que deseja um país melhor.” A transmissão foi interrompida logo após seu apelo.
Poucas horas antes, Oropeza havia criticado publicamente a “Operação Tun Tun” da DGCIM, que incitava a população a denunciar supostos casos de "ódio" durante os protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro. A detenção de Oropeza foi denunciada pelo Comitê de Direitos Humanos do Partido Vente Venezuela, liderado por María Corina Machado. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, também se manifestou contra o ocorrido: “Essa repressão irracional precisa ser interrompida imediatamente,” afirmou Almagro.
Desde a reeleição de Maduro em 28 de julho, Caracas tem enfrentado intensos protestos e ações repressivas. O governo afirmou ter detido 1,2 mil pessoas durante as manifestações e está preparando prisões de segurança máxima para os envolvidos. A oposição questiona a legitimidade dos resultados eleitorais, apresentando atas de votação do dia da eleição, enquanto o governo as desqualifica como fraudulentas.
Confira vídeo da transmissão:
Fonte: Brasil 247