
A polícia francesa interveio no prédio do Sciences Po, a renomada faculdade de Ciências Políticas de Paris, para desocupar manifestantes que protestavam contra Israel, na sexta-feira (3). Segundo relatos de um estudante ao jornal “Le Figaro”, aproximadamente 50 pessoas estavam presentes no momento da intervenção policial.
Os principais edifícios do Sciences Po estavam fechados desde a manhã de sexta-feira(3), por decisão da reitoria, após a recusa de dezenas de estudantes em deixar o local. Esses estudantes estavam lá em solidariedade aos palestinos em Gaza.
O Sciences Po Paris, considerado o principal centro de Ciência Política da França e alma mater do presidente Emmanuel Macron, tem sido palco de vários protestos desde o início do conflito entre Israel e Hamas.
Diferentemente dos Estados Unidos, onde protestos em cerca de 40 universidades às vezes resultaram em confrontos com a polícia e detenções em massa, na França, os protestos foram pacíficos e isolados.
O governo francês tem buscado desmobilizar rapidamente esses protestos para evitar uma mobilização semelhante à dos Estados Unidos.
Estudantes de várias universidades ao redor do mundo têm protestado contra a campanha militar em Gaza e exigem que as instituições de ensino cortem laços com Israel.
Nos EUA, os campi de Harvard, Yale, Columbia e muitos outros foram palcos de protestos estudantis, com a formação de acampamentos. Muitos desses acampamentos foram desmobilizados pela polícia.
Na quinta-feira, a polícia de Los Angeles usou balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar os acampados na UCLA. O número total de manifestantes presos em todo o país ultrapassou 2.000 pessoas na quinta-feira, de acordo com a Associated Press.
Na Universidade de Columbia, em Nova York, na noite de terça-feira (30), a polícia expulsou estudantes que protestavam contra Israel. Os estudantes haviam ocupado o Hamilton Hall, um dos prédios da universidade, horas antes, após montarem um acampamento no início do mês. Após a entrada da polícia no campus, os manifestantes que resistiram foram detidos.
Pouco antes da operação, o Departamento de Polícia de Nova York recebeu uma autorização de Columbia para agir, conforme relatado por um policial à Associated Press. O funcionário não estava autorizado a discutir publicamente detalhes do assunto e falou sob condição de anonimato.
A polícia usou uma escada para acessar uma das janelas da universidade. Um ônibus foi disponibilizado para transportar os estudantes detidos.
Após a intervenção policial, os manifestantes continuaram a protestar nas ruas ao redor da universidade. Desta vez, os gritos de ordem foram contra a polícia de Nova York.
Fonte: G1