O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, causou controvérsia ao comparecer à Bienal do Livro, realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na Zona Norte da capital paulista, nesta quarta-feira (11).
Marçal usou o evento literário para fazer campanha política, gerando tumulto entre os visitantes, especialmente crianças e adolescentes presentes no local. Parte do público manifestou apoio ao candidato, enquanto outra parcela se opôs à sua presença, intensificando a confusão.
Rodrigo Barros, um livreiro que ficou indignado com a situação, relatou ter sido chamado de "cheirador" por Marçal. Em entrevista ao jornal O Globo, Barros criticou a interrupção do evento, afirmando: "Aqui não é lugar de campanha eleitoral."
Marçal, por sua vez, disparou contra o que considerou uma "cultura comunista", afirmando: "Temos que ensinar as crianças a prosperar, não a se curvarem aos comunistas. Essa cultura comunista não é brasileira e nunca a aceitaremos no Brasil."
Ele também comentou sobre a seleção de livros a serem expostos: “Vamos ter uma equipe para decidir quais livros serão incluídos e quais serão removidos. Livros que não contribuem para a formação cognitiva não serão aceitos.”
A visita de Marçal à Bienal gerou um grande alvoroço entre os visitantes. Muitos, ao se depararem com a agitação, ficaram surpresos. “Ah, é o Marçal!?”, exclamou Carina, confundindo-o inicialmente com outra celebridade, como o ex-jogador Cafú.
Crianças da rede pública municipal também ficaram empolgadas com a presença de Marçal, gritando: “O Marçal chegou! O Marçal chegou!”— em sua maioria, menores de 16 anos e não eleitores.
Durante sua visita, Marçal autografou livros em um estande e, como resultado da agitação, uma multidão de pequenos leitores acabou derrubando prateleiras e totens de outros títulos. Entre os livros danificados estavam cópias de '1984', o famoso romance distópico de George Orwell, crítico ao autoritarismo e à manipulação da verdade.
Fonte: Revista Fórum