Cidade

FIM DE PARCERIA

PMT encerra parceria com Centro Esperança Garcia e mulheres ficam desassistidas

O CREG prestava assistência a cerca de 450 mulheres em situação de violência doméstica

Da Redação

Sexta - 22/09/2023 às 18:23



Foto: Reprodução O centro foi inaugurado em 2015
O centro foi inaugurado em 2015

O Centro de Referência da Mulher em Situação de Violência Esperança Garcia (CREG) encerrou seus serviços na última sexta-feira (15) devido à não renovação do termo de colaboração com a Prefeitura Municipal de Teresina. A Ação Social Arquidiocesana (ASA), responsável pela execução do serviço, recebeu um comunicado oficial informando sobre o término da parceria que garantia a continuidade das atividades.

Inaugurado em 2015, durante a gestão de Firmino Filho, o CREG prestava assistência a cerca de 450 mulheres entre 18 e 59 anos em situação de violência doméstica. Além do acolhimento especializado, apoio jurídico e acompanhamento psicológico, o centro oferecia práticas integrativas que empoderavam as mulheres, auxiliando-as a quebrar o ciclo da violência doméstica, familiar e de gênero, permitindo que se tornassem protagonistas de suas histórias.

O ofício encaminhado à ASA não ofereceu detalhes sobre o futuro atendimento, apenas mencionando que a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (SMPM) assumirá temporariamente essa responsabilidade. Roberta Mara, coordenadora do Centro, expressou sua preocupação: "Lamentamos o encerramento das nossas atividades, pois entendemos que isso representa uma interrupção no atendimento prestado, o que pode revitimizar essas mulheres que já sofreram violência, além de outros obstáculos que podem surgir durante essa transição e ruptura do serviço".

O encerramento das atividades afeta diretamente as mulheres atendidas e aquelas que, futuramente, possam necessitar de assistência especializada. "Quando as mulheres perdem um local especializado, há um retrocesso nas políticas públicas para esse grupo. Apesar disso, nosso desejo é que as mulheres não se sintam desencorajadas diante dessa situação e continuem buscando romper com o ciclo da violência", acrescentou Roberta Mara.

Em março deste ano, a ASA havia firmado um termo de colaboração com a Prefeitura de Teresina com validade de seis meses. Ao término desse prazo, várias tentativas de renovação foram feitas, mas a decisão de não renovar partiu da própria Prefeitura, causando surpresa e descontentamento. Carla Simone, secretária executiva da ASA, lamentou a forma como tudo ocorreu: "Lamentamos a descontinuidade do serviço e a maneira desrespeitosa como tudo aconteceu, pois não houve tempo para comunicar e referenciar as mulheres atendidas durante esses oito anos para outro serviço".

Para garantir a privacidade das mulheres que passaram pelo centro, a Ação Social Arquidiocesana manterá todos os registros de forma sigilosa. Esses dados serão posteriormente repassados para a instituição que assumirá o serviço, garantindo que as assistidas não sejam revitimizadas.

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: