Foto: Reprodução/Unsplash
16% das crianças e adolescentes no Brasil dizem que já receberam conteúdo sexual na internet, segundo levantamento TIC Kids Online
A Safernet, uma organização não governamental (ONG) dedicada à segurança na internet, divulgou números alarmantes referentes às denúncias de abuso infantil e crimes de ódio online em 2023. Os dados revelam que as denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil atingiram o maior patamar desde o início da série histórica, em 2006.
Com um total de 71.867 queixas, o ano passado testemunhou um aumento de 28% em relação ao recorde anterior, estabelecido em 2008, com 56.115 denúncias. Comparado a 2022, o aumento foi de 77,1%, evidenciando uma tendência preocupante.
A Safernet identificou três principais motivos desse aumento alarmante de denúncias: as demissões em massa nas grandes empresas de tecnologia, afetando equipes de segurança e moderação de conteúdo; a disseminação da venda de imagens autogeradas por adolescentes; e a utilização de inteligência artificial na produção desse tipo de conteúdo.
Além das denúncias de abuso infantil, a Safernet registrou um recorde total de 101.313 queixas em 2023, abrangendo violações de direitos humanos e crimes de ódio na internet. Destacam-se as altas denúncias de xenofobia, com um aumento de 252,25%, e de intolerância religiosa, com 29,97%, atribuídas em parte à guerra na Faixa de Gaza, no Oriente Médio.
No entanto, houve uma diminuição significativa em três tipos de crimes de ódio em comparação com 2022: racismo (-20,36%), LGBTfobia (-60,57%) e misoginia (-57,56%). A Safernet explicou que essa queda já era esperada, visto que essas denúncias tendem a aumentar em anos eleitorais, como observado em 2018, 2020 e 2022.
O cenário apresentado exige ações mais efetivas para conter a disseminação desses conteúdos prejudiciais e proteger os usuários da internet.
Fonte: Safernet,
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