Foto: Jovem Pan
PCC agendava coleta de dinheiro por aplicativo
O Primeiro Comando da Capital (PCC) vem aprimorando suas formas de lavagem de dinheiro para ocultar os lucros oriundos do tráfico internacional de dinheiro. A estratégia atual é, segundo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), usar igrejas e fintechs para movimentar dinheiro de forma ilegal.
Estima-se que a facção tenha um lucro anual na faixa dos R$ 5 bilhões. Esse avanço tem criado a necessidade para o PCC e outras facções menores de aprimorar os métodos de lavagem de dinheiro para evitar as técnicas já conhecidas pelos investigadores. Segundo o promotor, o crescimento da organização foi tão expressivo nos últimos anos que personalidades relevantes dentro do PCC, como como Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, e Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, passaram a conduzir seus próprios negócios no ramo. A exportação de cocaína para a Europa é apontada como uma das principais fontes de receita atualmente.
Uma mudança observada pelas autoridades policiais é o abandono gradual das antigas "casas-cofre", antes tradicionais nos esquemas de lavagem do PCC. Gakiya explica que anteriormente grandes quantias eram arrecadadas, e parte delas era empregada na compra de imóveis, nos quais eram instalados cofres para armazenamento do dinheiro ilícito.
Além disso, estratégias como o uso de igrejas para lavagem de dinheiro têm sido identificadas pelas autoridades. O promotor Augusto de Lima, do Ministério Público do Rio Grande do Norte, menciona investigações sobre o envolvimento de criminosos ligados ao PCC na criação de suas próprias fintechs, bancos digitais que podem ser utilizados para movimentações financeiras ilícitas.
Essa sofisticação nas táticas de lavagem de dinheiro não se restringe apenas ao PCC. Organizações criminosas menores também adotam métodos cada vez mais complexos, combinando atividades presenciais com esquemas digitais para dificultar a identificação. As autoridades policiais vêm intensificando esforços para desmantelar esses esquemas. Operações recentes como a "Plata" no Rio Grande do Norte e a "Mercado" no Rio Grande do Sul são exemplos de ações que buscam desarticular atividades ilícitas e responsabilizar os envolvidos.
Diante do desafio crescente apresentado pela sofisticação dos esquemas de lavagem de dinheiro, as autoridades destacam a importância da cooperação entre instituições financeiras, órgãos de controle e segurança pública para o combate eficaz ao crime organizado e à lavagem de dinheiro, visando preservar a integridade do sistema financeiro.
Fonte: Brasil 247
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